
No outro lado, sinto que já perdi, o que nunca ganhei
Como fogo, que lambe e devasta sem alma
Como lança, que fere sem justiça na dor exposta
Neste passar, onde o futuro é prefácio de passado.
As correntes não foram quebradas, ou serradas
E os membros entorpecidos gretam em cortes lineares
Suores agrilhoados de ânsias frustradas sem recurso
Como zeros sem valor, onde se anula a adição.
Hoje senti o turvo e gelo das inundações improváveis
Ontem fui arrastado pela lava descrente e sem rumo
Mas "morri" de pé ...sereno e justo, como pilar base.
Amanhã a bolsa da vida ditará oscilações volúveis
Depois, os continentes dançarão o fascínio do deslumbre
Eu...apenas serei o velho guardador do meu (A) MAR .
in MEMÓRIAS - by OUTONO - 2011