
POR VEZES,
HÁ UMA NECESSIDADE
DE ESCREVER...
José Luís Outono
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
My music...
sábado, março 22, 2008
Reflexões...

quarta-feira, março 19, 2008
BOA PÁSCOA
Dia do Pai...

segunda-feira, março 17, 2008
Gente famosa...ou anónima...disse.

Aos poucos...vou-me revelando!
Dizia uma amiga...devagar ...devagarinho, que o relógio da Torre, ainda não bateu as doze badaladas.
Uma das minhas paixões...CANETAS de aparo e tinta permanente. Entre muitas, que esgotam a minha carteira de alguns Euros, lembro sempre a oferta da SENATOR lacada a cinzento, como prémio da minha 4ª. classe.
Ainda hoje, é a minha caneta favorita. O aparo com banho de ouro, continua a deslizar suavemente, a pedir uma caligrafia de sonho...(estragada por completo...nos tempos de estudante), e rios de escrita azul...até esgotar.
Não. Não é a caneta que vos mostro.
Este exemplar, é apenas uma das canetas (também exóticas), que possuo...
Mas ...tudo isto, veio a propósito de passar não por escrito...mas por "teclado" (modernices!!!) ...alguns pensamentos célebres...até de gente anónima.
A promessa aqui fica, e sempre que a escrita me solicitar...recomendarei alguns pensamentos.
Aliás, diz o filósofo: - Penso logo existo...
E eu ainda quero existir, por mais uns tempos...tal como este BLOG !
PARA HOJE...escolho os seguintes pensamentos:
- A coisa mais difícil de compreender no mundo, é o imposto profissional.
- A maneira mais simples de conseguir uma pequena fortuna, é começar com uma grande.
domingo, março 16, 2008
Carta de amor...

Carta de Amor a uma Barriga
Barriga informe, do tamanho do mundo, toma bem conta de ti. Sítio mágico, redondinho, a vida és tu. Cresce, não deixes o mundo à espera. Talvez eu ainda não saiba, mas daqui a pouco - antes de ti - não havia nada. Anda barriga, a única coisa que o sol queima é o desgosto, barriga. Não tenhas medo do mar, basta respeito. Não te salves, não percas tempo com isso e nunca compres uma mesa de café em que não possas descansar os sapatos.
Se as tuas mãos forem brancas como as primeiras neves, poupa-lhes o negrume da espera. Trata de as oferecer por inteiro a quem vir em ti uma criança. Treina muito bem a memória, vais precisar de esquecer. Trata-me por tu. Curte música, gosta de coisas, abraça pessoas e anda com as costas direitas. Aprende a falar em silêncio, com o corpo.
Bem podes argumentar que se está bem no quentinho, o quanto à gente custa sair da cama pela manhã. Mas não me venhas dizer que os tempos estão maus. Lembra-te que todas as eras e todas as civilizações se queixam de paraísos perdidos. Vão sempre dizer-te que dantes é que era, nem que vivas mil anos. Desconfia.
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É que tu, barriga por enquanto lisa, ainda és tudo o que nós já não podemos ser. Toda tu és potência, possibilidade e hipótese. Se espirras constipa-nos. Toma o teu tempo perde-te. Mas começa já a levantar cidades aí dentro. Mobila-te, vais precisar dos teus edifícios, dessa roupa interior. Principalmente no Inverno.
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Anda cá ver isto, barriga do coração, sê curiosa. Expande-te, descobre os limites das coisas, o instante em que deixam de ser o que são e começam a ser outras coisas.
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Ninguém sabe o que é a vida, a não ser tu. Mas eu acho que a vida é um ponto de embraiagem gigante, impossível. As ciências deixaram outra vez de ser exactas, os principais mistérios continuam intactos. A gente precisa das crianças do futuro. A terra moral também é redonda. Levanta amarras, barriga !
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Mas, ó barriga, que sei eu? Tudo me parece também o contrário. Quero que cresças, hei-de querer que encolhas quando fores do meu tamanho. Não me ouças, barriga, anda só e depressa. Não quero que me salves, tem mais que fazer, mas faz de mim um homem e faz de ti um miúdo.
Texto de LUÍS GOUVEIA MONTEIRO