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...agora ficas deslumbrada...com essa Bruxelas...
Recuso-me a ficar nesta Lisboa...e vou para a aldeia.
Retenho a última frase do teu mail:
"Desculpa o silêncio... mas não estou capaz de mais... sorry ... "

Neste longe e perto à distância de um sentir apelo
Ouço apenas o meu ouvir ânsia de uma palavra
Fogo de um crepitar doce....almejo de um aclarar
Vela solta e enfunada de orgulho no viajar interior.
Olho cada pedra da calçada...no ensonado andar
Pedra onde uma vez te escrevi a gaiatice...amo-te...
E acordo no desejo de um café ali na Brasileira...
Sorrindo ao Pessoa poeta e, do bulício Chiado.
"Desculpa o vazio"...escrevo no guardanapo do vento
E desenho-te a casa térrea do viver ...ali no rio ...ali
Com ansiedade de escrever memórias...no colo de ti!
Entro na livraria...nesse tesouro cultural de odor lido
Sorrio-te em cada capa de livro...onde julgo ver-te
E quase menino...peço-te um autógrafo...com sabor!

in MOMENTOS - by OUTONO - 2010