My music...

https://youtu.be/IhAFEo8DO2o

terça-feira, dezembro 03, 2013



LATITUDES



as águas calmas de um frio 
temporal
tecem nas dimensões da
estória 
soslaios de espelhos e
afluentes
hoje meros musgos férteis
acasos
nos ciclos das viciadas
luas
papel de arroz onde ainda escrevo
latitudes
de passagem


in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

sábado, novembro 09, 2013



NUVENS


restam as verrugas dos ciclos de mares laborais
nas danças da azáfama esquecida
searas ricas de cantos produtivos de fomes desejadas
sopros de velas que enchiam celeiros abertos
pós de fainas nunca encenadas ou lavores falseados...
até que a mordaça afundou a coragem morena 
nos estios de campos respirados e apaziguadores 
e as palavras suaram nas prisões talhantes de vidas
em lutos impossíveis de tempos infindáveis...
um dia gritaram-se lezírias de esperanças
nasceram choros em ruas cheias de moagens puras
brindes fugazes de banhos ébrios e causas naturais
as sílabas gaguejaram de novo em sussurros vândalos 
onde a fome e o esbulho pagam as dívidas tiranas

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

sábado, novembro 02, 2013

"PALAVRAS A PRETO E BRANCO"

Mais um Livro...

"PALAVRAS A PRETO E BRANCO", co-autoria de José Luís Outono ( fotografias ) com José Gabriel Duarte ( pensamentos poéticos ) e, Prefácio da crítica literária Rita Pais.
Editado por EDIÇÕES ESGOTADAS , foi apresentado a 26 de Outubro de 2013, na Fundação José Saramago.

Permitam-me, com orgulho, apresentar um pequeno vídeo deste nascer, crescer e soltar...

quarta-feira, outubro 02, 2013

SOMBRAS OUTONAIS



SOMBRAS OUTONAIS ( a editar )

nas sombras outonais dos ventos serranos
encontro o teu perfil tatuado e frio
no esquecimento do musgo por acariciar

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

sexta-feira, setembro 13, 2013

PÉTALAS SECAS




PÉTALAS SECAS
( a publicar )

A usada pétala, 
que me cobria o corpo, 
nas manhãs do teu sonho...
secou.
O odor poeirento dos ventos cinza,
cimenta agora,
 o vazio da entrada do éden
de ontem.
Restam os dias frios dos tempos, 
que restam, das forças aziagas
nos tempos ainda por lavrar.
Talvez o ocre outonal,
apadrinhe  o renascer da flor silvestre,
no muro ondulado de tantas jornas,
ali no leirão fundeiro
ao pé da velha fonte, viciada incendiária de paixões,
a montante.

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2011
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

sexta-feira, agosto 30, 2013




TEMPOS CORRIDOS 
- José Luís Outono -

Os tempos secaram os diálogos,
nas lavras dos solstícios corridos.
Restam as cores perdidas 
dos arco-íris sorriso,
espectros solares de sonhos colmeia,
onde a alma era adocicada pelo calor da faina diária,
sem horários, olhares ou degustações calendário
seara adentro.
Ficam as nuvens,
escrivãs das miragens e, o longe
dos tempos coragem. 

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2011
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

terça-feira, agosto 13, 2013

VELHA PEDRA DO FONTANÁRIO



VELHA PEDRA DO FONTANÁRIO


ali na velha pedra do fontanário
a semente perdida olhou-me
nos traços de um correr aldeão
nas cercanias lúcidas do interior
e nasceu com a humidade do meu beijo
solta livre ondulante
desafiadora ao vento acaso
humorado desencontro da folha outonal
sorriso convite crepúsculo...

será infantil comentar um amor
o único esquecido
na ceara que não vi crescer?

in TRINTA E TRÊS POEMAS E UMA RAZÃO 
José Luís Outono - 1967

Edição de Autor
NOTA : Das velhas memórias do meu primeiro livro.


(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

terça-feira, julho 23, 2013

CANSAÇOS...



CANSAÇOS... ( a publicar )



o rio cansou-se dos olhares turvos
das margens 
em questões sem navegação possível

como sempre
nem o avistamento da foz solar
trouxe acalmia ao ego impulso
que transporta desde a nascente
justo e frontal

restam os cardumes coragem
emprestarem alguma vida e consenso
devolverem talvez desejos impossíveis
às margens
ainda sem navegação possível

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

terça-feira, julho 16, 2013

TRISTE SENSAÇÃO




TRISTE SENSAÇÃO
- José Luís Outono -



Por vezes, tenho a triste sensação
de estar só.
Enlouqueço e, beijo o mar
como se fossem os teus lábios
até à maré vazante ...

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

sexta-feira, julho 12, 2013

CANTO DA SEREIA



...o canto da sereia 

beijou-me uma leitura oculta

e a minha mão segredou em desespero

saudade

um êxtase de caminhos éden...


in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013

segunda-feira, julho 01, 2013

CÓDIGOS AO ACASO DO CORRER



CÓDIGOS AO ACASO DO CORRER ( a publicar )
- José Luís Outono -

filtros em torpores de osmose simulada
selos de éticas douradas no encenar
encontros e metamorfoses polidos em saldo
dimensões de cavernas simuladas em relógios solares
latitudes de olhares infinitos sem partida
leituras perenes de palavras invisíveis...
...sem código e aforro

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 - a publicar
( ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

quarta-feira, junho 12, 2013

OLHEI O HORIZONTE VADIO



OLHEI O HORIZONTE VADIO

- José Luís Outono -

Olhei o horizonte vadio
Falésia perdida, mar ébrio
E procurei a mensagem algures
Tesouro encarte na folha da areia
Amálgama desejo, ensejo e coragem
Dos tempos que se consomem
Sem luar prata...
Lambido pelas ondas frescas assimétricas
Bafejou-me o alvoroço das gaivotas
No baile aplauso em voo desordenado
Pelo meu desvario feliz
De segredos gritados e murmúrios soletrados
No canto primeiro do verbo presente...
Tal o enleio...
Que me esqueci da noite...
E adormeci na manhã...

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2010
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

terça-feira, junho 04, 2013

FALSO DILIGENCIAR



FALSO DILIGENCIAR
- José Luís Outono -

No obedecer de um falso diligenciar humano,
apenas por ter a mão no leme...
torna-se castrador aviltante do direito simples
do viver, de humanos injustamente condenados
à cegueira, à surdez e à mudez de um tentar ser digno.

No obedecer de um falso diligenciar humano,
ordena-se arrastar pelo esbulho fácil, de sorrisos cínicos
a validade de uma esperança vida,
a serenidade de uma liberdade coerente...até ao descanso justo.
- Nem Judas traiu assim...

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2012
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

Foto supra, integra a minha colecção de Fotografias ( P&B ) - OLHARES DO MEU OLHAR

terça-feira, maio 21, 2013

TRAVESSIA



TRAVESSIA ( a publicar )

- José Luís Outono -



... nos dias, que clamo por uma clareira do teu olhar,
banham-me ideias de bosques semeados com livros,
dos teus pensamentos sazonais e disformes.

São imagens fulgurantes de nadas, onde até o pó amontoado
de destinos despidos, consegue uma cotação, quase verdade,
numa soma de presenças ditas fiéis.

Tento arrumar os passos das tuas dissertações,
meras notas de uma sebenta descontinuada
e, atrevo-me a escrever um título - Os olhos também mentem.

Tento e, não tento balbuciar o sermão típico do éden,
que esboças como manjar sublime 
em coroações de alentos feitos consagração...tua !

Alinhavo somente um bem estar de agonia frágil,
tentando compreender essa vontade de quereres aparecer,
nas primeiras páginas de um diário ainda sem prelo.

Nada a fazer, quando o brotar dos sons do velho mar
segredam enseadas da tua cumplicidade vazia,
de uma noite apaixonada, para ti, apenas um ciclo quente.

Reclamo só, em surdina, aos fantasmas dos meridianos ocultos,
que não tragam trovões, nem sereias desnudas, 
ou castelos do fundo ameno da terra mar.

Amar, é um verbo apenas conjugado
na primeira pessoa do presente do indicativo,
sem passado, futuro ou inútil condicional.

...e, mesmo esse enredo gramatical, já nem é "procurado".

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar )
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)



terça-feira, maio 07, 2013

ACORDAR


ACORDAR


Primeiro acto ao acordar ...
Beijar-te palavra doce no luar d'ontem e hoje saudade.
Tomar um café ... e bebê-lo a dois no sonho da tua partilha ...
Olhar o mar dos teus olhos ... e libar a tua boca ... ausente
Até ao cair do último gotejo de paixão ... do amor por fazer ...

in RIO DE DOZE ÁGUAS - 2012 - José Luís Outono - Coisas de Ler Editora
(Colectânea de fotografia e poesia de doze poetas, prefaciada por Joaquim Pessoa).



sábado, abril 27, 2013

RAÍZES


RAÍZES ( a publicar )
- José Luís Outono -

Nem os olhares, experientes navegantes,
conseguem ficar indiferentes,
às manobras de abraços desancorados,
nos portos baldios dos pequenos luares.

No restolho das águas de cores famintas,
as raízes mergulham ávidas, 
do fresco sazonal, em montados indefinidos
de rumos ansiosos.

O vermelho d'hoje das papoilas, 
é apenas uma dança medieval,
nos claustros perdidos da estória,
que recusa perpetuar-se.

Quantas vezes a tela, assusta a arma
vulgo pincel do acaso e, recusa o namoro
do pálido anseio...em traços apenas fugazes,
no preto e branco em ousados tons quentes?

Quantas vezes...?

E, o livro fecha-se,
em figura repetida na falésia tisnada de sais, 
porque as leituras adormeceram,
sem sono.

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar )
SPA nº. 106402




quinta-feira, abril 18, 2013

...UMA PAUSA





...uma pausa 




Manhãs livros
E poemas sede
Sem diálogo...

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013


quinta-feira, abril 11, 2013

POEMA NU




POEMA NU


quis escrever um poema enlace
sintoma…

 ensaiei apenas um parágrafo
nu…

sorriste na escassez da minha criação
turva…

desafiaste viver campos da tua urbe 
só…

em trejeitos esquinados de vazio
talvez…

actos ditos e possessivos livres que
agrilhoam…

passados, que são apenas erros
passados…

e o canto da dúvida sem índice
assiste…

na sequela inventada do teu domínio
seco…





in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar ) 

sexta-feira, abril 05, 2013

sexta-feira, março 29, 2013

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA ( P.& B.)



Sintam-se convidados...de 01 a 24 de Abril / 2013



Nota: Em MAIO/ 2013...esta exposição seguirá para VOUZELA...

sexta-feira, março 15, 2013

NAS ARCADAS ... DO AMANHÃ ...



NAS ARCADAS...DO AMANHÃ...



Pergunto-me...quando?
Pergunto-te...quando ?

E a pergunta ...não tem verbo
Porque a sílaba...silencia a palavra.

Pergunto-te ...porquê ?
Pergunto-me ...porquê ?

E a pergunta...questiona-se
E a questão arrasta-se...

Pergunto-me...será ?
Pergunto-te ... será ?

Hoje ... talvez
Amanhã...receia-se...

Pergunto ... no tempo que passa
Se ainda há tempo para perguntar ?

Ouço apenas gramáticas de adjectivos e reticências...

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2010



domingo, março 03, 2013

JANELA SEM RUMO



JANELA SEM RUMO 


hoje o reflexo dos teus olhos
é um simples jardim 
a preto e branco
como os vazios do gelo
na neve solta
apenas fronteira do tempo
olhar de janela vedada
sem rumo

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar )




domingo, fevereiro 24, 2013

HÁ PALAVRAS ESQUECIDAS




HÁ PALAVRAS ESQUECIDAS  ( a publicar )

há palavras que são portas fechadas
em parágrafos amorfos de senso
clausuras de leituras sem amor
simples passeios do verbo escrever

há palavras esquecidas sem liberdades
manhãs de nevoeiros perpetuados
rostos cavados pelos veredictos alheios
sermões policromáticos e exibicionistas

enredos de povos democráticos
vigilantes do que apenas deixam olhar
gritos e canções que se perdem na luta

há palavras que têm de sair do código
destronar caminhos de luxo arrogantes
desmontar de vez o circo do poder apócrifo

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2012  ( a publicar )

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

OS TEUS OLHOS




OS TEUS OLHOS


Perguntei a cor dos teus olhos
Murmuraste em sorriso mar:
- “Mergulha neles… seca-me as lágrimas
Nunca o amor…
Quando saíres e poetares a saudade

Rasgarás o silêncio do meu olhar!”

in MAR DE SENTIDOS - José Luís OUTONO - 2012 - Ed. Vieira da Silva





domingo, fevereiro 03, 2013

CANSAÇOS DESEJADOS


CANSAÇOS DESEJADOS 


nos teus olhos
ousaste ancorar os meus horizontes
acariciaste o teu interior no meu...
disseste-me afluentes de ti
e murmurei um mar chão
de cansaços desejados...
entre o som de um respirar fundo
gostei de ouvir dizer...
- deixa correr as vontades...sempre


in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar)