quase brincadeira de menino ávido
o vento baila com as folhas do meu diário
e apaga as palavras que não existem
como um passar indiferente
resto-me na calma do tacto para lá do mar
enquanto tento neste lugar oposto
ouvir as rimas apócrifas que nem ousaste
e os sorrisos que esqueceste por querer
nas carícias que ousas dizer oníricas
nas liberdades evocadas de ti como segredos
na altivez da censura como argumento
no esgrimir pendular do insensato
que o rasgo do teu longe casulo
seja um partir onde te banhes feliz
por aí nesse talvez do teu tempo
porque o meu sempre foi teu
e nunca o avistaste ou sequer ancoraste
in MOMENTOS – José Luís Outono – 2010 – ( a publicar)