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segunda-feira, março 21, 2011

Cativo...





Bebi no teu sabor solstício primaveril
A fome que matou a invernia deste olhar
De gritar rouco, pelos poros borbulhantes
Navios de cartas labiais sôfregos e sós.

Penetrei ousado no teu júbilo de ser
Senti-o conjugar sextilhas enamoradas
De flores com jardins de pólenes carnudos
Em leirões de ânsias crepitantes e únicas.

E o suor é perfume que depura o interior
E os olhos são infinitos de cores a explorar
E a boca morde-se em rios de pétalas húmidas.

Sobra apenas o minuto de ontem esfumado
Hoje cativo de juros sem métrica e modelo
Porque escrever é insuficiente para este (a)mar.



in MEMÓRIAS - by OUTONO - 2009