POR VEZES,
HÁ UMA NECESSIDADE
DE ESCREVER...
José Luís Outono
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
My music...
https://youtu.be/IhAFEo8DO2o
quinta-feira, junho 26, 2008
Fuga...
Foto - gentileza anónima...
Na soleira da porta do meu recanto aldeão
Assistia ao formar de ninhos capricho
De pássaros loucos de paz
E desejos criativos multiplicadores...
Indagava...então junto do tosco sol
A correria feérica do tempo lunar
Enquanto as nuvens marcavam o espaço
Do planeta semi adormecido...
Ao longe ouvía ainda o rumor...
Do rasgar de terras produtoras
E o batalhar regular da jorna campesina
A chamar o findar de noite e sabor de ceia...
Era sempre igual o clima do sossego
Naquele vaguear cromático perdido
No meio da cordilheira de origem
E cheirinhos de amoras silvestres...
Olhava no pulso o contador do tempo
E a ansiedade de o perder
Esmagava o doce nada fazer
Até ao rebate poeirento da urbe...
Caía de olhos no céu estrelado
E pensava, para além da sinfonia lunar
Como seria bom trocar o certo e metódico
Pelo aprazível e natural doce apetente...
Boa noite menino...boa noite... respondia
Então por cá...é verdade...dizia
Deus nosso Senhor, lhe dê boas noites
Até amanhã, que Deus a acompanhe !
Diálogos soltos esquecidos nas teclas do hoje
Fôlegos de educação natural sincera
Sorrisos de preocupação humanos
Facetas de um estar adormecidas...
Acordei...com o som dos canários caseiros, ouvi ainda o xiar das pressas para o amanho das terras, bebi o leite fresco da manhã oferecida, e regressei a esta secretária, onde me amarro à escrita com vontade de partir...
in - Fugas (OUTONO) 2007
segunda-feira, junho 23, 2008
Carta para um amor...
picture by Ain Sophaun
No outro dia por obrigações profissionais (entre tantos afazeres) escrevi um pequeno guião cinematográfico, onde a dado momento... nasce uma carta para um amor.
Partilho-o aqui...
Algures num Mundo perdido, no meio de uma tempestade de pensamentos...
Meu grande Amor!
Quando receberes esta carta, de certeza, que o mundo já deu tantas voltas...que não sabe bem...que voltas dar, para acertar o passo...desta realidade de hoje.
Mas eu sei !
Sei, que o meu amor, a ti e por ti, não vacilou, nem vacilará, nesta aguarela de pensamentos loucos...
Imagina meu amor, que no outro dia, sentado, numa espécie de café, onde devia ser o único a tomar uma "bica", nada comparável à nossa...fui gozado, por um bando de "pardais" de tenra idade, de PDA's em punho e mini-portáteis, quase lunares, que riam da minha forma de colocar letras num papel...
Imagina meu amor, que em vez de seduzirem na procura de um beijo apaixonado, como se fosse o primeiro, "mordiam-se" e, filmavam a cena, para publicarem no "YouTube"...
Imagina meu amor, que agora há uma "second life" onde vivem "amantizados" com um outro...a quem chamam "fixe" e adicionam um "nickname", para fazerem amor virtual numa sala de "Chat" .
Desculpa, meu amor, estar a maçar-te com tudo isto, em vez de te escrever o habitual poema , como sempre, sedento do teu olhar e saudoso do teu sentir.
Ah! Já me esquecia; no outro dia, dei uma palestra onde falei do amor poético, das falas de paixão, da escrita declamada, de viver apaixonado...
Citei Florbela Espanca, Fernando Pessoa e Tomás António Gonzaga. Deste último, declamei um pouco da obra "Marília de Dirceu":
"Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve;
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d'ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"
No final...bateram palmas...por obrigação...senti isso..."puxaram" dos telemóveis e desataram a telefonar e a enviar mensagens.
Regressei um pouco triste ao quarto do único hotel, aqui deste sítio perdido...sempre a pensar em ti.
Isto de estar longe...dói !
Aceita um beijo muito grande, deste que te ama loucamente !
Love writer
in- PROJECTOS (OUTONO) 2008
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