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sábado, maio 31, 2008

01 de JUNHO - DIA "DO MUNDO" DA CRIANÇA



O Mundo da CRIANÇA, é infinito...
Tão infinito...que mesmo adultos,
Têm uma criança ...dentro de si !


belverede,http://belverede.blogspot.com/


E o menino desceu a praia azul...
Pulando, entre a areia e as águas espumosas.

Nos lábios o sorriso da felicidade...
Da brincadeira de ser criança.

Do sonho de ser grande...
E esperar o caír da noite...
Para olhar o céu.

... ... ...

- Sabes Mãe...as estrelinhas...lá em cima,
também são pequeninas como eu...
- Porque é que estão tão longe ?
- Mãe... o Sol é uma estrela ?

- Quando fores grande...
Vais olhar para as crianças...
E sonhar que já foste menino...

- Oh! Pai...tu gostas das crianças ?
- Claro que gosto...
- De todas as crianças...Pai ?
- De todas !
- Ah ! Então também gostas de mim !
- Mãe...porque há o Dia da Criança ?
- Porque há o Dia do Pai...da Mãe...

- Hoje o dia foi muito pequenino...
- Vês...filhote...porque foi o Dia da Criança...

- E amanhã...também pode ser ?
- Vá lá !!!
- Pode ser ??

in - Apontamentos (OUTONO) 1997


quarta-feira, maio 28, 2008

A POESIA...

poesy




LÓGICA POÉTICA
***

Ninguém procure lógica
no que eu digo muitas vezes,
nem sequer procure uma qualquer lógica.

Os meus poemas
são de liberdade
e a liberdade não tem lógica,
só pode ter acaso.
A minha poesia
é um fragmento em marcha estática
para o poente luminoso
à força de mistério
das coisas e não-coisas.

Ela sabe talvez o que isto é;
eu, apesar de a conhecer
e me conhecer quando dentro dela, não sei
e mesmo não sou a força que a inclina
para um lado ou outro da expressão.
Não procurem senão uma verdade.
E essa, todos temos uma.
A minha lá está nos meus poemas,
fruto verbal do interior primeiro.

Sim: a nossa organização
é feita de três níveis:
(a minha é)
o exterior que se diz a toda a gente
e é a nossa vida de todos os dias
e não transporta poesias
por isso mesmo,
o interior primeiro que se diz só ao papel
ou à atmosfera se se está sózinho,
o interior segundo que se não diz
porque se não pode dizer,
porque não há palavras que o digam
mas só nervos que o sintam
ou julguem que o sentem.
Níveis concêntricos...
como no universo de Ptolomeu.

No centro do meu esquema
alguma coisa está que eu não conheço...
devo lá estar eu,
a minha personalidade exacta e verdadeira.

Como querem achar lógica
no que vem de tudo isto?
Para se fazer um silogismo,
uma dedução qualquer,
mesmo uma indução,
é preciso ver o que se faz
e onde e como.
Ora eu não vejo nada do que digo.
Eu sinto.
O sentimento não é lógico.
A liberdade também não.
Mas são verdades.
E o que eu digo também é.


Se se quebrasse a lógica do mundo,
o mundo era todo mais feliz.

in OBRAS (JORGE DE SENA) 1938

domingo, maio 25, 2008

Não resisto...vou comer-te TODA!

cereja



foto by Amorinha

Olho-te...
Vermelha...e carnuda...
Fico palpitante de amores e gostos...
Atiro-me...gostosa...
As mãos agarram-te...
Rolo-te na ponta dos dedos...
Afago o corpo bem feito...
Olho-te com desejos sôfregos,
De comer-te toda...
Toda...até ao teu gemido,
A pedir calma na secura da boca...
Mordo-te...a pedir mais...
Olho-te, com todas as volúpias...
Trinco-te, mordo-te, esmago-te...
Engulo o teu doce licor...
Libertado com as carícias da língua...
Não resisto...
Cegas-me de prazer e gosto...
OH ! Cereja tentação.

in - POEMAS (OUTONO) 2001