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domingo, abril 22, 2018

ANTOLOGIA POÉTICA «CONTINUUM»


                                             ANTOLOGIA POÉTICA «CONTINUUM»


No passado dia 07 de Abril de 2018, na emblemática Livraria FERIN em Lisboa, foi apresentada esta Antologia Poética, que conta com nove nomes:
- Francisco Valverde Arsénio
- Lídia Borges
- Isabel Cabral
- João Carlos Esteves
- Gabriela Rocha Martins
- João Morgado
- José Luís Outono
- Rita Pais
e Graça Pires
A obra com a chancela da Poética Edições, conta ainda com pinturas de Luís Liberato e fotografias de Soledade Centeno.
O prefácio é da autoria de Gisela Garcias Ramos Rosa e posfácio de José Gabriel Duarte.
A coordenação desta obra, esteve a cargo de João Carlos Esteves e José Luís Outono.

segunda-feira, setembro 18, 2017



PARTILHO COM MUITO GOSTO
Em destaque na Página Cultural - Quem lê Sophia de Mello Breyner Andresen.
Grato amiga Lília Tavares.
©LÍLIA TAVARES e JOSÉ LUÍS OUTONO (a publicar)
VESTI O SILÊNCIO DA LUA MINGUANTE
Não sei porque me escondo, ou apago
esqueci-me do verbo e clamei
despi as roupas da saudade de ti
e vesti o silêncio da lua minguante

tenho as algas como cabelos longos
e as ondas vêm à praia cantar a canção que esqueci
nos socalcos das maresias sem mim
nos novelos das nuvens sem o sabor
que as nossas mãos coladas deixaram no vento

revolto-me dentro de mim e canto-te
como se o sussurro te trouxesse
e me embalasse no teu colo macio
que foi falésia e esqueci de olhar
numa cegueira branca e nua.

Caem agora gotas de chuva cremosa
entre olhares como espelhos de certezas
aqui...
...onde apenas reside o incerto...
mas... grita-me o teu ficar...

nada receio, neste tremor de corpos
a noite cai nesta praia de silêncios
apenas a areia para falar deste tempo
que se recusou partir e renascer.

domingo, abril 02, 2017

MERAS COORDENADAS




MERAS COORDENADAS

-José Luís Outono-
(excerto)


não sei onde começam as amarras do tempo
nas margens ansiosas de pautas esgrimidas
sei apenas dos caminhos gravados
em redacções sem pontuação
meras coordenadas ordinárias de rimas obsoletas
onde o relógio é o único comandante
dos rios quase secos
o amor regozija-se agora
apenas com o sorriso das raras memórias cíclicas
espelhadas nas pedras orladas de limos secos

JLO
in «MOMENTOS» - 2017
( todos os direitos autorais reservados - SPA 106402 )

sábado, novembro 26, 2016

NOVO LIVRO «AS VOZES DE ISAQUE»


Com a chancela POÉTICA EDIÇÕES, este livro é uma co-autoria com os poetas ANA PAULA MATEUS, GRAÇA PIRES, JOSÉ LUÍS OUTONO, LÍDIA BORGES, LUÍS FILIPE SARMENTO, MARIA ISABEL FIDALGO, ROSÁRIO FERREIRA ALVES, RUI MIGUEL FRAGAS e VIRGÍNIA DO CARMO.
O projecto nasceu de um desafio do escritor PAULO M. MORAIS, aquando do lançamento do seu Romance «O ÚLTIMO POETA»
Dez poetas fizeram uma reflexão sobre o livro, e nasceu este conjunto desafiador.

domingo, outubro 30, 2016

APRESENTAÇÃO DO NOVO LIVRO «TRÊS MARES»


No passado dia 29 de Outubro de 2016, decorreu na CASA ALLEN - PORTO a primeira apresentação pública do meu novo livro «TRÊS MARES», com a chancela INSUBMISSO RUMOR , prefaciado pelo escritor João Carlos Esteves.
O amigo, escritor e ex-camarada de tantas lutas e desafios António Bondoso, honrou-me com o seu olhar crítico, que partilho :


- "TRÊS MARES

Há mares em que é preciso navegar durante a vida. E sem amarras. 
Em liberdade plena e em perfeita sintonia com o balanço das águas. 
Como acontece com José Luís Outono, neste seu recente livro Três Mares, editado pela “Insubmisso RUMOR”. 
Um dia, enquanto esperava que pudessem arranjar o sistema, foi à pesca. Não sei o que pescou e nem tenho mesmo a certeza de que tenham conseguido arranjar o sistema. 
Mas voltou. Preocupado…mas voltou. Para nos brindar com uma obra de excelência. Em Três Mares, o autor acrescentou mais um patamar de beleza à sua escrita poética. Firme, desafiante e corajosa. Por isso, diz, “Reservo o direito/ de sonhar horizontes impensáveis”.
Um abraço camarada José Luís Outono.
António Bondoso
Out de 2016."

terça-feira, junho 28, 2016

TEMPOS



TEMPOS



- José Luís Outono -
(excerto)

...nos claustros dos tempos fugidios, leio sóis indefinidos de palavras referendadas.
Os boatos correm a maratona da confusão, enquanto os mapas de "excel" sucumbem às agitações demolidoras das cotações.
As vozes do pró e do contra confundem-se na margem ténue de uma percentagem, quase ilegível.
Curioso ouvir uma pergunta inteligente de uma jornalista inglesa, a um dos promotores da saída (dita) airosa:
- Perante o voto decisório, qual é o Plano?
- Não há ... não temos.
O estúdio silencia-se e a emissão afoga-se num intervalo imprevisto.
"God save the memory"... li há dias num cartaz promocional de uma farmácia à beira do Tamisa.


JLO
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016

(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

sábado, abril 23, 2016

ESCRITO NA TARDE DO DIA 25 de ABRIL de 1974



ESFORÇO COMPENSADO
Quase que voltei o escritório do avesso, para encontrar este escrito saudoso. Valeu, a busca, a ansiedade e a lágrima no canto do olho, como a velha canção. Poderia editar, apenas no 25 de Abril. Mas a homenagem, que quero fazer à data e a um grande senhor da minha vida é maior.
ESCRITO NA TARDE DO DIA 25 DE ABRIL DE 1974
Bem longe, desse Continente de confusões,
entendo agora meu pai, as tuas palavras.
Quando me avisavas dos gritos de dor da António Maria Cardoso
perguntava-me – Uma simples rua traz dores? 
Quando às escondidas ouvias a rádio
e acenavas com a cabeça as verdades ditas, 
perante o meu olhar duvidoso – Sorrias.
Quando esboçavas um pestanejar, 
ao ver-me com uma farda obrigatória,
e dizias em gozo certeiro – Mocidade?
Quando ralhavas comigo, nas minhas manifestações do contra,
e finalizavas – Entende antes que os sarilhos te marquem.
Quando discutiste comigo, face à minha revolta
por este uniforme que envergo, ser obrigado a parar os estudos,
e disseste – Não te esqueças de marcar a folha do livro interrompido.
Quando te falei num namoro louco,
e gritaste - Nunca me dês esse desgosto político.
Quando me viste partir para este inferno colonial,
e com um abraço disseste – Não te esqueças de regressar.
Quando escrevias em código as cartas da saudade,
e eu inocente questionava – Que chatice!
Quando um dia redigiste – Gostava tanto de escrever-te
sem parágrafos programados, e eu respondi – Liberta-te!
Quando um dia sorriste na praia,
e apontaste o mar - Há forças livres! É bonito … não é filho?
Hoje, depois de ler o Comunicado das Forças Armadas,
neste microfone colonialista dou-te razão.
Hoje, os discos censurados foram tocados, 
e percebi o porquê do Carlos Paredes ter o lápis amarelo.
Quando voltar, quero agradecer a tua paciência.
Quando te abraçar, vou dizer – Se for pai, serás a minha certeza.
Hoje entendi as tuas palavras, e cuidados.

JLO – 25 de Abril de 1974
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

sábado, março 19, 2016

TECELAGENS INCOMPLETAS



TECELAGENS INCOMPLETAS

há cores simples na tela de um olhar

encontros casuais entre a metáfora e o desejo

sinopses de páginas vividas

tecelagens incompletas

enquanto os sóis assinarem o ponto de cada manhã

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

terça-feira, fevereiro 23, 2016

INQUIETAÇÕES


INQUIETAÇÕES

- José Luís Outono -
(excerto)

vivem-se desfiladeiros incoerentes
onde sopram discursos inquietantes
definições assimétricas de rascunhos
ditos documentos

procuro no dicionário pela palavra esperança
e leio no rodapé de um elo definidor
fechado temporariamente para balanço

na reserva de cidadania
de uma passadeira pedonal
hesito em passar para o outro lado
apesar do gesticular das sereias
do condomínio da conveniência
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)

quarta-feira, janeiro 20, 2016

MOMENTOS DE FILMAGENS INTERMÉDIAS




MOMENTOS DE FILMAGENS INTERMÉDIAS
- José Luís Outono -
(excerto)

o argumento escreveu-se
na tangente de um globo ainda respirável
a abertura focal delimitava enquadramentos
como meros traços na arquitectura do sonho quimérico
o interior reclamava alvíssaras
no encontro de cada equação a duas incógnitas
os lábios esboçavam meros símbolos pactuais
em planos orlados com olhares ainda idilistas
enquanto o mar trajava cores assimétricas
na sedução à gaivota ousada
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)