Sabes...porque te escrevo?
Não ! Nunca saberás...melhor, nunca quererás saber !
Mal ou bem...escrevo-te no "ódio" à força interna, que me empurra para o silêncio.Mal ou bem...escrevo-te, apenas para dizer, que não é esta escrita, que quero escrever.
Os dias já não se escrevem e, as noites são fogueiras de medos, na ânsia de um amanhecer sem vontade de escrever.
Apetece-me escrever...um ponto final, no fim da redacção em branco da página do meu (a)Mar.
Mas a tua cegueira injusta, nem esse ponto final seria capaz de ver, interpretar, sentir ou até esculpir a estátua de sal de costas voltada para todos os pontos cardeais, no teu posicionar libertino e estar , por estar...a que chamas... vida!
Escrevo, como "grafíti" no muro de gelo da tua indiferença:
- Que interessa a beleza dos olhos, se não sentem o olhar interior?
Cego-me compulsivamente da perfeição etérea dos mares e parto ao encontro das serranias, onde até a pedra dura e angular é mais doce que o teu peito...
(excerto de um mini-conto...por contar)
in MOMENTOS - by OUTONO - 2011