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quinta-feira, maio 26, 2011

Talvez...





No rio de sentimentos mil sem contraste
Esgoto-me ferido de dor e invernias
Quase perdido no glaciar longínquo
Quase sem respirar um acordar digno.

Conheci o gume da palavra injusta e só
E senti o rasgar do linho artesanal doce
Como doença incurável sem esperança
Como cela húmida sem acordo ou ética.

Olho os campos verdes agora desertos
Minguo no caminhar ocre e vadio soturno
Nas sombras das miragens do além incerto.

Olho o amanhã... quem sabe fora de tempo
Escrevo...TALVEZ... e a caligrafia esfuma-se
Tento reter um sorriso e a alma escurece !



in MOMENTOS - by OUTONO - 20..