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terça-feira, maio 21, 2013

TRAVESSIA



TRAVESSIA ( a publicar )

- José Luís Outono -



... nos dias, que clamo por uma clareira do teu olhar,
banham-me ideias de bosques semeados com livros,
dos teus pensamentos sazonais e disformes.

São imagens fulgurantes de nadas, onde até o pó amontoado
de destinos despidos, consegue uma cotação, quase verdade,
numa soma de presenças ditas fiéis.

Tento arrumar os passos das tuas dissertações,
meras notas de uma sebenta descontinuada
e, atrevo-me a escrever um título - Os olhos também mentem.

Tento e, não tento balbuciar o sermão típico do éden,
que esboças como manjar sublime 
em coroações de alentos feitos consagração...tua !

Alinhavo somente um bem estar de agonia frágil,
tentando compreender essa vontade de quereres aparecer,
nas primeiras páginas de um diário ainda sem prelo.

Nada a fazer, quando o brotar dos sons do velho mar
segredam enseadas da tua cumplicidade vazia,
de uma noite apaixonada, para ti, apenas um ciclo quente.

Reclamo só, em surdina, aos fantasmas dos meridianos ocultos,
que não tragam trovões, nem sereias desnudas, 
ou castelos do fundo ameno da terra mar.

Amar, é um verbo apenas conjugado
na primeira pessoa do presente do indicativo,
sem passado, futuro ou inútil condicional.

...e, mesmo esse enredo gramatical, já nem é "procurado".

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar )
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)