PRETEXTO - CLÁSSICO
POR VEZES,
HÁ UMA NECESSIDADE
DE ESCREVER...
José Luís Outono
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
My music...
https://youtu.be/IhAFEo8DO2o
domingo, abril 22, 2018
ANTOLOGIA POÉTICA «CONTINUUM»
ANTOLOGIA POÉTICA «CONTINUUM»
No passado dia 07 de Abril de 2018, na emblemática Livraria FERIN em Lisboa, foi apresentada esta Antologia Poética, que conta com nove nomes:
- Francisco Valverde Arsénio
- Lídia Borges
- Isabel Cabral
- João Carlos Esteves
- Gabriela Rocha Martins
- João Morgado
- José Luís Outono
- Rita Pais
e Graça Pires
A obra com a chancela da Poética Edições, conta ainda com pinturas de Luís Liberato e fotografias de Soledade Centeno.
O prefácio é da autoria de Gisela Garcias Ramos Rosa e posfácio de José Gabriel Duarte.
A coordenação desta obra, esteve a cargo de João Carlos Esteves e José Luís Outono.
segunda-feira, setembro 18, 2017
PARTILHO COM MUITO GOSTO
Em destaque na Página Cultural - Quem lê Sophia de Mello Breyner Andresen.
Grato amiga Lília Tavares.
Grato amiga Lília Tavares.
©LÍLIA TAVARES e JOSÉ LUÍS OUTONO (a publicar)
VESTI O SILÊNCIO DA LUA MINGUANTE
Não sei porque me escondo, ou apago
esqueci-me do verbo e clamei
despi as roupas da saudade de ti
e vesti o silêncio da lua minguante
tenho as algas como cabelos longos
e as ondas vêm à praia cantar a canção que esqueci
nos socalcos das maresias sem mim
nos novelos das nuvens sem o sabor
que as nossas mãos coladas deixaram no vento
revolto-me dentro de mim e canto-te
como se o sussurro te trouxesse
e me embalasse no teu colo macio
que foi falésia e esqueci de olhar
numa cegueira branca e nua.
Caem agora gotas de chuva cremosa
entre olhares como espelhos de certezas
aqui...
...onde apenas reside o incerto...
mas... grita-me o teu ficar...
nada receio, neste tremor de corpos
a noite cai nesta praia de silêncios
apenas a areia para falar deste tempo
que se recusou partir e renascer.
domingo, abril 02, 2017
MERAS COORDENADAS
MERAS COORDENADAS
-José Luís Outono-
(excerto)
não sei onde começam as amarras do tempo
nas margens ansiosas de pautas esgrimidas
nas margens ansiosas de pautas esgrimidas
sei apenas dos caminhos gravados
em redacções sem pontuação
em redacções sem pontuação
meras coordenadas ordinárias de rimas obsoletas
onde o relógio é o único comandante
dos rios quase secos
onde o relógio é o único comandante
dos rios quase secos
o amor regozija-se agora
apenas com o sorriso das raras memórias cíclicas
espelhadas nas pedras orladas de limos secos
JLO
apenas com o sorriso das raras memórias cíclicas
espelhadas nas pedras orladas de limos secos
JLO
in «MOMENTOS» - 2017
( todos os direitos autorais reservados - SPA 106402 )
( todos os direitos autorais reservados - SPA 106402 )
sábado, novembro 26, 2016
NOVO LIVRO «AS VOZES DE ISAQUE»
Com a chancela POÉTICA EDIÇÕES, este livro é uma co-autoria com os poetas ANA PAULA MATEUS, GRAÇA PIRES, JOSÉ LUÍS OUTONO, LÍDIA BORGES, LUÍS FILIPE SARMENTO, MARIA ISABEL FIDALGO, ROSÁRIO FERREIRA ALVES, RUI MIGUEL FRAGAS e VIRGÍNIA DO CARMO.
O projecto nasceu de um desafio do escritor PAULO M. MORAIS, aquando do lançamento do seu Romance «O ÚLTIMO POETA»
Dez poetas fizeram uma reflexão sobre o livro, e nasceu este conjunto desafiador.
domingo, outubro 30, 2016
APRESENTAÇÃO DO NOVO LIVRO «TRÊS MARES»
No passado dia 29 de Outubro de 2016, decorreu na CASA ALLEN - PORTO a primeira apresentação pública do meu novo livro «TRÊS MARES», com a chancela INSUBMISSO RUMOR , prefaciado pelo escritor João Carlos Esteves.
O amigo, escritor e ex-camarada de tantas lutas e desafios António Bondoso, honrou-me com o seu olhar crítico, que partilho :
- "TRÊS MARES
Há mares em que é preciso navegar durante a vida. E sem amarras.
Em liberdade plena e em perfeita sintonia com o balanço das águas.
Como acontece com José Luís Outono, neste seu recente livro Três Mares, editado pela “Insubmisso RUMOR”.
Um dia, enquanto esperava que pudessem arranjar o sistema, foi à pesca. Não sei o que pescou e nem tenho mesmo a certeza de que tenham conseguido arranjar o sistema.
Mas voltou. Preocupado…mas voltou. Para nos brindar com uma obra de excelência. Em Três Mares, o autor acrescentou mais um patamar de beleza à sua escrita poética. Firme, desafiante e corajosa. Por isso, diz, “Reservo o direito/ de sonhar horizontes impensáveis”.
Um abraço camarada José Luís Outono.
António Bondoso
Out de 2016."
terça-feira, junho 28, 2016
TEMPOS
TEMPOS
- José Luís Outono -
(excerto)
...nos claustros dos tempos fugidios, leio sóis indefinidos
de palavras referendadas.
Os boatos correm a maratona da confusão, enquanto os mapas
de "excel" sucumbem às agitações demolidoras das cotações.
As vozes do pró e do contra confundem-se na margem ténue de
uma percentagem, quase ilegível.
Curioso ouvir uma pergunta inteligente de uma jornalista
inglesa, a um dos promotores da saída (dita) airosa:
- Perante o voto decisório, qual é o Plano?
- Não há ... não temos.
O estúdio silencia-se e a emissão afoga-se num intervalo
imprevisto.
"God save the memory"... li há dias num cartaz
promocional de uma farmácia à beira do Tamisa.
JLO
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
sábado, abril 23, 2016
ESCRITO NA TARDE DO DIA 25 de ABRIL de 1974
ESFORÇO COMPENSADO
Quase que voltei o escritório do avesso, para encontrar este escrito saudoso. Valeu, a busca, a ansiedade e a lágrima no canto do olho, como a velha canção. Poderia editar, apenas no 25 de Abril. Mas a homenagem, que quero fazer à data e a um grande senhor da minha vida é maior.
ESCRITO NA TARDE DO DIA 25 DE ABRIL DE 1974
Bem longe, desse Continente de confusões,
entendo agora meu pai, as tuas palavras.
Quando me avisavas dos gritos de dor da António Maria Cardoso
perguntava-me – Uma simples rua traz dores?
Quando às escondidas ouvias a rádio
e acenavas com a cabeça as verdades ditas,
perante o meu olhar duvidoso – Sorrias.
Quando esboçavas um pestanejar,
ao ver-me com uma farda obrigatória,
e dizias em gozo certeiro – Mocidade?
Quando ralhavas comigo, nas minhas manifestações do contra,
e finalizavas – Entende antes que os sarilhos te marquem.
Quando discutiste comigo, face à minha revolta
por este uniforme que envergo, ser obrigado a parar os estudos,
e disseste – Não te esqueças de marcar a folha do livro interrompido.
Quando te falei num namoro louco,
e gritaste - Nunca me dês esse desgosto político.
Quando me viste partir para este inferno colonial,
e com um abraço disseste – Não te esqueças de regressar.
Quando escrevias em código as cartas da saudade,
e eu inocente questionava – Que chatice!
Quando um dia redigiste – Gostava tanto de escrever-te
sem parágrafos programados, e eu respondi – Liberta-te!
Quando um dia sorriste na praia,
e apontaste o mar - Há forças livres! É bonito … não é filho?
Hoje, depois de ler o Comunicado das Forças Armadas,
neste microfone colonialista dou-te razão.
Hoje, os discos censurados foram tocados,
e percebi o porquê do Carlos Paredes ter o lápis amarelo.
Quando voltar, quero agradecer a tua paciência.
Quando te abraçar, vou dizer – Se for pai, serás a minha certeza.
Hoje entendi as tuas palavras, e cuidados.
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
sábado, março 19, 2016
TECELAGENS INCOMPLETAS
TECELAGENS INCOMPLETAS
há cores simples na tela de um olhar
encontros casuais entre a metáfora e o desejo
sinopses de páginas vividas
tecelagens incompletas
enquanto os sóis assinarem o ponto de cada manhã
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
terça-feira, fevereiro 23, 2016
INQUIETAÇÕES
INQUIETAÇÕES
- José Luís Outono -
(excerto)
vivem-se desfiladeiros incoerentes
onde sopram discursos inquietantes
definições assimétricas de rascunhos
ditos documentos
procuro no dicionário pela palavra esperança
e leio no rodapé de um elo definidor
fechado temporariamente para balanço
na reserva de cidadania
de uma passadeira pedonal
hesito em passar para o outro lado
apesar do gesticular das sereias
do condomínio da conveniência
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
quarta-feira, janeiro 20, 2016
MOMENTOS DE FILMAGENS INTERMÉDIAS
MOMENTOS DE FILMAGENS INTERMÉDIAS
- José Luís Outono -
(excerto)
o argumento escreveu-se
na tangente de um globo ainda respirável
na tangente de um globo ainda respirável
a abertura focal delimitava enquadramentos
como meros traços na arquitectura do sonho quimérico
como meros traços na arquitectura do sonho quimérico
o interior reclamava alvíssaras
no encontro de cada equação a duas incógnitas
no encontro de cada equação a duas incógnitas
os lábios esboçavam meros símbolos pactuais
em planos orlados com olhares ainda idilistas
em planos orlados com olhares ainda idilistas
enquanto o mar trajava cores assimétricas
na sedução à gaivota ousada
na sedução à gaivota ousada
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2016
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
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