O Poema
...
O poema me levará no tempo
Quando eu não for a habitação do tempo
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
...
O poema alguém o dirá
Às searas
...
Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento
...
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
...
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
...
( Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
...
Mesmo que eu morrer o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
...
E entre quatro paredes densas
Defunda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema do tempo
In "LIVRO SEXTO"
Sophia de Mello Breyner Andresen
1985
27 comentários:
Maravilhoso! A grande senhora da poesia: Sophia de Melo Bryner!
Encantada,
Sandra.
Olá, boa noite!
Venho a este espaço várias vezes, e agrada-me sempre o que leio...
Normalmente fico no meu silêncio...é verdade.
Desta vez, resolvi deixar umas palavras! Fizeste uma grande escolha. Duas grandes mulheres!!!
Beijo
Aos amigos comunico que, inesperadamente,
fui obrigada a mudar de residência.
Peço desculpa pela forma como o faço
mas trata-se de uma emergência que espero seja a última.
Aproveito para mandar um abraço do
vosso Amigo Romério para todos
E a Meg espera-vos aqui a partir de agora
http://recalcitrantemor.blogspot.com/
17/4/08 04:38
Que dizer quando duas almas grandiosas nos apresentam tão belas obras?
Resta-nos admirar,e aprender.
"Mesmo que eu morrer o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas"
Lindo! Existem certas coisas, que o tempo não quebra!
Beijo doce
sentir o tempo flutuar em nós...é o encanto destas palavras
bom dia amigo
Sandra
Deixa-me destacar as duas grandes senhoras...entre outras, da poesia.
A poesia dos traços, e imagens únicas de Maluda, que tive o grato prazer de conhecer pessoalmente, e os traços das palavras brilhantes, de Sofhia de Mello.
Um beijo
Olá
Som do silêncio
O silêncio é cúmplice dos momentos.
As palavras também.
Obrigado, por teres quebrado o ritual.
O comentário é sempre bom.
Beijo.
Meg
Espero que a nova "residência", seja mais espaçosa.
Um abraço
Ana luar
Desde sempre os teus comentários são esperados...
Desta vez, com as tuas palavras, passam a ser desejados...
Um beijo ao luar
Naela
Compreendes, porque amo o mar?
É eterno, posso sempre contar com ele...no tempo...sem tempo!
Um beijo com sabor a mar!
Olá
Amiga carla.
As tuas palavras, para além de amigas, são sempre um "andamento musical" doce e reconfortantes.
Espero-as...
Beijo.
...dois estilos!"
Superiores,ambos. Se bem que o meu coração balance mais para um lado...
"Mar,metade da minha alma é feita de maresia." de Sophia de M.B.A. mora na minha alma.
Bem-haja pela sua visita ao meu Mar e pelas palavras lindas.
Um beijo carinhoso.
Olá!
Obrigada pela visita!
Gostei muito do seu poema, há muita intensidade no que escreves...
Adorei a música também...
Vc é de Lisboa?
B.E.I.J.O.S
Duas mulheres... duas grandes artistas portuguesas!
A simplicidade e o profissionalismodo do traço...
a simplicidade da escrita num poema... e ambos eternizam uma alma, duas almas distintas!
Não consigo passar pela Sophia sem agradecer ao blogger.....
Obrigada pela Maluda,
obrigada pela Sophia.
um beijo
Maluda!! Às vezes, os portugueses esquecem-se das nossas grandes pintoras.
Beijinhos grandes
Adorei a escolha da serigrafia e do poema destas duas grandes mulheres.
um abraço com a frescura das marés por onde se passeia o meu eu e os outros eus...
Olá Maripa.
Obrigado pelo seu carinho. E mesmo tendo em atenção, a sua veia versus a beleza do mar, não deixa de ser interessante, o desafio que aqui foi colocado...agora correspondido pelos vossos pensamentos.
Um beijinho amigo
Olá Bianca
Recebo com carinho os teus comentários. A intensidade citada, é parte integrante do querer partilhar. Neste caso, duas mulheres, dois estilos, e um saber próprio...mas intenso, como dizes.
No perfil do Blog, encontras os dados questionados .
Beijo.
Beijo.
Olá Lady Aran
"A simplicidade e o profissionalismodo do traço...
a simplicidade da escrita num poema... e ambos eternizam uma alma, duas almas distintas!"
As tuas palavras são o enquadramento certo da minha partilha.
Um beijo
Clara...
Deixa-me dizê-lo, com tristeza. Temos tantos valores, sociais, culturais e demais( só para rimar), e são tão esquecidos. Não digo ignorados, porque não se pode passar ao lado da beleza, sem se notar...
Reafirmo assim, esquecidos. Tens razão!
Beijo
olá
tão distintas realmente, na dualidade da palavra.
mas sensibilidades à flor da pele
entrei sem licença... peço desculpa, mas encntrei a porta aberta
abraço
luísa
Olá Luísa
No meu blog, mesmo que a porta esteja encostada...nunca fechada, é transparente...logo visitável, sem preço, ou horário.
Acabei de ter uma idéia, para apresentar ao M. C.
As tuas palavras, que transcrevo:
"tão distintas realmente, na dualidade da palavra.
mas sensibilidades à flor da pele"
São o enquadramento perfeito deste encontro que ousei fazer.
Volta sempre.
Dentro de instantes...vou até à região Norte!
Beijo!
Olá Maria
Estou sensível, e de bom grado, com o teu comentário.
Beijo
Olá Thiago
Olá amigo!
Que bom "ver-te" e "ouvir" o teu comentário.
Volta sempre.
Espanha, continua aqui ao lado não é?
Sophia de Mello Breyner Andresen...
Uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX.
Não foi por acaso que se tornou na primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa em 99(Prémio Camões).
Beijinho
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