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quarta-feira, abril 16, 2008

Duas mulheres...dois estilos !

Serigrafia da autoria de MALUDA
Col. QUIOSQUES de LISBOA
in "SELOS DE PORTUGAL"
1988

O Poema

...

O poema me levará no tempo

Quando eu não for a habitação do tempo

E passarei sozinha

Entre as mãos de quem lê

...

O poema alguém o dirá

Às searas

...

Sua passagem se confundirá

Com o rumor do mar com o passar do vento

...

O poema habitará

O espaço mais concreto e mais atento

...

No ar claro nas tardes transparentes

Suas sílabas redondas

...

( Ó antigas ó longas

Eternas tardes lisas)

...

Mesmo que eu morrer o poema encontrará

Uma praia onde quebrar as suas ondas

...

E entre quatro paredes densas

Defunda e devorada solidão

Alguém seu próprio ser confundirá

Com o poema do tempo

In "LIVRO SEXTO"

Sophia de Mello Breyner Andresen

1985


27 comentários:

Sandra Fonseca disse...

Maravilhoso! A grande senhora da poesia: Sophia de Melo Bryner!
Encantada,
Sandra.

Som do Silêncio disse...

Olá, boa noite!

Venho a este espaço várias vezes, e agrada-me sempre o que leio...
Normalmente fico no meu silêncio...é verdade.

Desta vez, resolvi deixar umas palavras! Fizeste uma grande escolha. Duas grandes mulheres!!!

Beijo

Meg disse...

Aos amigos comunico que, inesperadamente,
fui obrigada a mudar de residência.

Peço desculpa pela forma como o faço
mas trata-se de uma emergência que espero seja a última.

Aproveito para mandar um abraço do
vosso Amigo Romério para todos

E a Meg espera-vos aqui a partir de agora

http://recalcitrantemor.blogspot.com/

17/4/08 04:38

Ana Luar disse...

Que dizer quando duas almas grandiosas nos apresentam tão belas obras?

Resta-nos admirar,e aprender.

Eu sei que vou te amar disse...

"Mesmo que eu morrer o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas"

Lindo! Existem certas coisas, que o tempo não quebra!

Beijo doce

Carla disse...

sentir o tempo flutuar em nós...é o encanto destas palavras
bom dia amigo

OUTONO disse...

Sandra

Deixa-me destacar as duas grandes senhoras...entre outras, da poesia.
A poesia dos traços, e imagens únicas de Maluda, que tive o grato prazer de conhecer pessoalmente, e os traços das palavras brilhantes, de Sofhia de Mello.

Um beijo

OUTONO disse...

Olá
Som do silêncio

O silêncio é cúmplice dos momentos.
As palavras também.
Obrigado, por teres quebrado o ritual.

O comentário é sempre bom.

Beijo.

OUTONO disse...

Meg

Espero que a nova "residência", seja mais espaçosa.

Um abraço

OUTONO disse...

Ana luar

Desde sempre os teus comentários são esperados...

Desta vez, com as tuas palavras, passam a ser desejados...

Um beijo ao luar

OUTONO disse...

Naela

Compreendes, porque amo o mar?

É eterno, posso sempre contar com ele...no tempo...sem tempo!

Um beijo com sabor a mar!

OUTONO disse...

Olá

Amiga carla.

As tuas palavras, para além de amigas, são sempre um "andamento musical" doce e reconfortantes.

Espero-as...

Beijo.

MARIPA disse...

...dois estilos!"

Superiores,ambos. Se bem que o meu coração balance mais para um lado...
"Mar,metade da minha alma é feita de maresia." de Sophia de M.B.A. mora na minha alma.

Bem-haja pela sua visita ao meu Mar e pelas palavras lindas.

Um beijo carinhoso.

Bianca Feijó disse...

Olá!

Obrigada pela visita!

Gostei muito do seu poema, há muita intensidade no que escreves...

Adorei a música também...

Vc é de Lisboa?

B.E.I.J.O.S

Lady disse...

Duas mulheres... duas grandes artistas portuguesas!
A simplicidade e o profissionalismodo do traço...
a simplicidade da escrita num poema... e ambos eternizam uma alma, duas almas distintas!

Maria disse...

Não consigo passar pela Sophia sem agradecer ao blogger.....
Obrigada pela Maluda,
obrigada pela Sophia.

um beijo

A Respigadeira disse...

Maluda!! Às vezes, os portugueses esquecem-se das nossas grandes pintoras.

Beijinhos grandes

Thiago disse...

Adorei a escolha da serigrafia e do poema destas duas grandes mulheres.

um abraço com a frescura das marés por onde se passeia o meu eu e os outros eus...

OUTONO disse...

Olá Maripa.

Obrigado pelo seu carinho. E mesmo tendo em atenção, a sua veia versus a beleza do mar, não deixa de ser interessante, o desafio que aqui foi colocado...agora correspondido pelos vossos pensamentos.

Um beijinho amigo

OUTONO disse...

Olá Bianca

Recebo com carinho os teus comentários. A intensidade citada, é parte integrante do querer partilhar. Neste caso, duas mulheres, dois estilos, e um saber próprio...mas intenso, como dizes.
No perfil do Blog, encontras os dados questionados .
Beijo.

Beijo.

OUTONO disse...

Olá Lady Aran

"A simplicidade e o profissionalismodo do traço...
a simplicidade da escrita num poema... e ambos eternizam uma alma, duas almas distintas!"

As tuas palavras são o enquadramento certo da minha partilha.

Um beijo

OUTONO disse...

Clara...

Deixa-me dizê-lo, com tristeza. Temos tantos valores, sociais, culturais e demais( só para rimar), e são tão esquecidos. Não digo ignorados, porque não se pode passar ao lado da beleza, sem se notar...
Reafirmo assim, esquecidos. Tens razão!

Beijo

pin gente disse...

olá

tão distintas realmente, na dualidade da palavra.
mas sensibilidades à flor da pele

entrei sem licença... peço desculpa, mas encntrei a porta aberta

abraço
luísa

OUTONO disse...

Olá Luísa

No meu blog, mesmo que a porta esteja encostada...nunca fechada, é transparente...logo visitável, sem preço, ou horário.

Acabei de ter uma idéia, para apresentar ao M. C.

As tuas palavras, que transcrevo:

"tão distintas realmente, na dualidade da palavra.
mas sensibilidades à flor da pele"

São o enquadramento perfeito deste encontro que ousei fazer.

Volta sempre.

Dentro de instantes...vou até à região Norte!

Beijo!

OUTONO disse...

Olá Maria

Estou sensível, e de bom grado, com o teu comentário.

Beijo

OUTONO disse...

Olá Thiago

Olá amigo!

Que bom "ver-te" e "ouvir" o teu comentário.

Volta sempre.

Espanha, continua aqui ao lado não é?

ninhas disse...

Sophia de Mello Breyner Andresen...

Uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX.
Não foi por acaso que se tornou na primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa em 99(Prémio Camões).

Beijinho