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quarta-feira, março 28, 2012

NA PRESSA DO VIVER...





Num mundo de pressas, aquele simples grão de areia, tinha corrido mundo entre oceanos bravos e sóis escaldantes...entre "mares chão" e "espelhos prata" de rios afluentes.

Nunca tinha regateado um estatuto, ou até um simples lugar para estacionar no final da viagem. Perdido no meio de outros grãos, sentia-se um pouco à sorte de um estar sem estar...

Na última maré...um vento mais forte segredou-lhe empurrões e, encontrou uma sombra amiga. A mão desco...nhecida, acariciou-o lentamente, até ao jogo final de o devolver ao mar...

Tinha descoberto a palavra saudade. Saudade de um local algures entre o amor e o perder. Essa fronteira do nada, onde um pequeno grão de areia... faz a diferença do momento... do mundo... da vida...

Nota: pequena reflexão escrita no meio de grãos de areia, onde esculpi com o indicador a palavra - MAR. Estado líquido imenso, estado simbólico presente, versão incompleta de um léxico solto, verbo livre ... por vezes salgado.




in MOMENTOS - José Luís Outono - 2010 (a publicar)

5 comentários:

rosa-branca disse...

Amigo Outono, adoro ler-te. Beijos com carinho


Pressinto saudades no teu ondular
Versão incompleta de tantas marés
E o grão d'areia tu roubas ao mar
E deixas rendido, solto a teus pés

E nessa fronteira que chamas do nada
Esse grão de areia em ti se colou
E contigo seguiu essa tua estrada
Ao seu mar d'espelhos não mais voltou.

Luz Santos disse...

Por vezes sentimo-nos uma "duna" onde somos senhores de enormes espaços, orgulhosos pelos olhares gulosos com que nos miram...
E só muito tarde descobrimos que presos entre o "betão" e ferro deixamos de ser aquele grão de areia que devia, livremente correr para o mar.
E cada vez há mais grãos de areia
prisioneiros pelo ferro e o betão, já sem pressa de viver...!
Gosto muito... Outono!
Bom fim de semana.

OUTONO disse...

ROSA BRANCA

Grato pelo comentário fabuloso!

Beijinho!

OceanoAzul.Sonhos disse...

Na pressa do viver muitas vezes esquecemo-nos de dar valor ao que parece insignificante mas que é dum valor expremo.

Muito bonito.
beijinho amigo
cvb

RZorpa disse...

Descobridores de saudades, os que amam buscandona aventura, palmas de mãos que por momentos os Aquietem... São os grãos que vagueiam no imenso "(a)mar" amor, verbo livre e, por isso, força indefenivel! TÃO INDEFENÍVEL, COMO FORTE E ABSOLUTO É, ESTE TEXTO!
Abraço!
Rui