POEMA COM... OU SEM SABOR
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Todos os dias acordo do sonho...
Todas as manhãs pergunto?
Todas as semanas conto os dias...
E todos os anos, os meses passam.
Na aguarela da nossa vivência
Encontramos sempre um tesouro...
Uns...são capazes de o abrir
Outros desconfiam da facilidade.
O mundo é assim...obsoleto
Quase quadrado giratório...
Meio a fingir...meio por enganar
É o universo insípido da forma.
Todas as pessoas são catálogo
Muitos convictos, metade interrogação...
A revolução acontece às escuras...
E os dias jogam aos pauzinhos!
É hoje...gritam os comunicadores
Nem pensar, dizem os cépticos...
O...pois...é florista falida
E a estrada é conversa adiada!
Política, sonho, discurso, palavra...
Quadros a óleo fragmentados
Labirinto de pensadores ditos
Enchentes tangenciais, cartazes...
É hoje...gritam os demagogos
Calma...rezam as carpideiras...
No fumo da poluição acaba-se
E o decreto provoca a panaceia.
Pasme-se, com o esgar torcido...
Glória arrancada a relógio de sol
Ensinos, economias, justiças...sei lá?
Sociedades adiadas à nascença.
Mais um evento, mais um rapto...
Ouro caído, petróleo penhorado
Notícias gordas de azeites enganados
E a sobremesa quente, corou...amarga!
Hoje...sonho as contas dos dias
Pergunto... duvidoso todas as manhãs
Conto as noites, no somatório da semana
E todos os meses, vejo o fim do ano.
in - Poemas (Outono) 2000
Nota: O título original deste escrito era - HOJE
Mudei o título (Hoje), para POEMA COM...OU SEM SABOR.
A razão, prende-se com o facto de esta "forma escrita" (citei), ter sido recusada por três elementos (num total de cinco jurados), por falta de qualidade, numa proposta editorial.
32 comentários:
Entro aqui depois de visitar uma amiga comum ...
Gosto de como te expressas...
Voltarei para te ler com mais atenção.
Deixo te um beijo com sabor gotiko
Gostei muito do poema e do teu blog... parabéns :-)
Gotika...
És mesmo gótica...?
Que bom, as visitas acontecerem, por sugestão de amigos.
Depois contas-me essa história por mail. Combinado.
O teu elogio, é ...de me deixar um sabor doce.
Gosto de como te expressas...
Bonito e revitalizante.
Tentarei não desiludir.
Vou num pulo visitar o teu "canto" e ...volta sempre.
Um beijo...com sabor outonal...
Mãe galinha...
Eu sou pai...com orgulho.
Simples e directo...Que bom !
Faz-me um favor...VOLTA!
Outono
Só me ocorre dizer que foi uma leitura vertical que fez com que este poema não fosse avaliado em ângulo perfeito... de tão real que é.
Não importam as avaliações... importa, que continues a dançar fora do castelo... no dorso inchado de um corcel feito de palavras...e que o riso rompa por entre versos enquanto o teu arfar desvenda o enigma da vida.
beijos .... mil
Ana...
Sabes, a força das tuas palavras?
Não importam as avaliações... importa, que continues a dançar fora do castelo... no dorso inchado de um corcel feito de palavras...e que o riso rompa por entre versos enquanto o teu arfar desvenda o enigma da vida.
Vou dizer-te um segredo...tive mais palavras idênticas, na altura.
Quem ganhou..."me quedo por aquí"
Um xi coração longo...amiga!
Um poema com sabor, interessante.
Olá Rui
Obrigado, pelo seu "directo" e muito simpático comentário.
Volte sempre
Uns...são capazes de o abrir
Outros desconfiam da facilidade
Pois.....
Querido Outono,
Com ou sem sabor, hoje ou todos os dias. Às vezes, em muitos dias, uma coisa ou outra se perde ou soma-se.Na observação do tempo - os tesouros e as tintas das aquarelas. Todos..Todos catalogados! E nem por isso, nós,os humanos ,deixamos de nos interrogar. Ah, estamos sempre ! Nos sonhos e na realidade.
Beijos ternos.
"Na aguarela da nossa vivência
Encontramos sempre um tesouro...Uns...são capazes de o abrir
Outros desconfiam da facilidade."
Belíssimo.
Bjs
Uns são capazes de decifrar...outros não!
Boa intuição !
Obrigado.
Cleo
Uns são capazes de decifrar...outros não!
Boa intuição !
Obrigado...à amiga Cleo...faltou na mensagem anterior "abrir" este "pormenor".
Bom trabalho!
olá Sam
Obrigado, pelo seu carinho. Já me habituei a ele.
Um beijo...ao acordar!
( a diferença horária, tem destas benesses)
Outono
"Na aguarela da nossa vivência
Encontramos sempre um tesouro...Uns...são capazes de o abrir
Outros desconfiam da facilidade."
Belíssimo.
Obrigado pelo carinho...Perla.
Não será assim tão "belíssimo".
Nunca ouviu falar de "presentes envenenados" ?
Por vezes, a realidade de um tesouro, não passa de mera ilusão, ou dramática ocasião.
Eu já vivi (sofri) algumas ilusões...mas é assim que construimos a nossa vida...aprendendo...até com os erros. Uma GRANDE professora...um dia disse-me isso...e mais..."fundamentalmente com os grandes erros". E ela sabia bem, do que estava a falar...
Um beijo.
Volte sempre
Bom dia meu doce Outono
É maravilhoso ter te lá no meu mundo gotiko...
Sim querido eu sou gotika não total ,mas...Mais gotika ...
Podes ver foto minha no meu outro blog da M@ri@.
Vamos ter muito tempo para nos conhecermos,porque eu vou ficar fã da tua escrita.
Sente o sabor do meu beijo gotiko**
Poema com sabor, sem dúvida, com um paladar intenso e profundo, se fosse uma fruta seria uma manga
:-) delícia!!
Sua poesia tem sabor de quero mais.
Beijos de Sol e de Lua.
Isso das avaliações tem muito que se lhe diga...
Eu gosto do poema e o que interessa é que tu gostes .
Bjo.
Não com escrita Gótica, mas a gosto.
Está combinado.
E palavra de Outono é sagrada.
Um beijo, pelo apoio.
Paradoxo
Compreendo...o sabor a manga.
Manga é doce, dormente quando semi- verde , sumarenta e não apetecível a alguns gostos...
Manga em alguns dialectos luso africanos significa...Muito.
Sorrio, perante a sua inteligente intuição e análise de semelhança.
Brilhante.
Um abraço
Olá Manuela
Pois...tem a ver com a abertura do diafragma da mente, e da exposição ao interesse...
Hesitei...confesso, em confessar o sucedido. Mas, o momento é assim, como uma bela fotografia...
Obrigado pelo "slide", da sua postura amiga.
Um beijo
Olá bruxinha...:))
Terá seguramente. Vontade não falta.
Oxalá que a saúde me ajude.
Um beijo
Outros desconfiam da facilidade....
Nunca ouviu falar de "presentes envenenados" ?
Não há presentes envenenados. Há apenas venenos ....podem vir em frascos lindos...
Os frascos ...são lindos?
Bem, se forem em cristal, em vidro...podem ser lindos.
Podem vir em saquetas...Não são presentes. São saquetas...
Em saquinhos...mas não são presentes.
Os presentes dão-se com o coração,...não podem ter veneno... Podem é...oxidar em contacto com o ar e... tornarem-se tóxicos...
Bem, para o que me havia de dar, falar de venenos...
Agora por veneno... Lembrei-me do Perfume.
"Presentes envenenados", é uma expressão popular.
É um paradoxo...como pode um presente...ter veneno?
Mas a vida por vezes, dá oferendas, que se mostram pesadelos.
Tens de concordar.
Já agora, por perfume...ofereceram-me "Cool Water" de Davidoff. Gosto.
Por acaso, não gosto da "versão feminina", e reagia sempre negativamente à versão masculina, de imediato. Enganei-me...
...Uma vez tb achei q miunhas poesias fossem sem sabor...Entrei num curso e me senti ridícula.O q fiz?Recolhi minhas cores e sabores e as guardei numa gaveta.Não demorou muito e elas me chamaram(já não aguentavam o abandono ou esquecimento).Tirei minhas cores da poesia mas nasceu uma com o nome LUTO...Q me trouxe não só a poesia novamente como as minhas cores contidas nelas!
Não devemos desistir...Muito menos desanimar!Parabéns pela bela poesia!
Beijos!
Olá Maria
É isso mesmo. Quantas vezes, não temos, por não queremos, ou nos esquecemos de querer?
Mas tu tens ARTE...e ainda bem!
Beijinho
No teu poema há uma pura realidade delineada na nossa noção do tempo, dias, horas, minutos... por trás dessa verdade, eu leio também que a esperança e sonho, esse, imprescindível, cavam seu espaço no tempo. E a vida não é sonho?
Sandra.
Olá Sandra.
A vida...e tudo mais, são sonhos!
E ...ai....de quem não sonha!
Obrigado pelo comentário. Parabéns, soubeste ler as entrelinhas.
Bjs.
Meus amigos.
Acabo de receber um e-mail de uma editora...muito interessante.
Transcrevo, a parte significativa:
...portanto, não fomos nós que o recusámos. Permita-nos convidá-lo a enviar uns trabalhos seus e ,falaremos depois, de certeza com agrado.
Hummmmm!!!!
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