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quinta-feira, abril 11, 2013

POEMA NU




POEMA NU


quis escrever um poema enlace
sintoma…

 ensaiei apenas um parágrafo
nu…

sorriste na escassez da minha criação
turva…

desafiaste viver campos da tua urbe 
só…

em trejeitos esquinados de vazio
talvez…

actos ditos e possessivos livres que
agrilhoam…

passados, que são apenas erros
passados…

e o canto da dúvida sem índice
assiste…

na sequela inventada do teu domínio
seco…





in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar ) 

12 comentários:

Lídia Borges disse...


Uma nudez plena de significado.

Lídia

Mar Arável disse...

Quando as palavras se despem

ficam assim

nuas no poema

e tudo acontece

Canto da Boca disse...



Estamos diante de mais uma obra de arte, uma narrativa que se despe, sem "firulas", sem recursos mirabolantes, e outros excessos linguísticos, com algumas metáforas e subjetividades.
Mas está cheio de possibilidades, apesar dos contrários.

Li e reli o seu poema, e confesso que gostei imensamente. Recorri à inversão, uma peraltice de minha parte, veja:

seco…
na sequela inventada do teu domínio

assiste…
e o canto da dúvida sem índice

passados…
passados, que são apenas erros

agrilhoam…
actos ditos e possessivos livres que

talvez…
em trejeitos esquinados de vazio

só…
desafiaste viver campos da tua urbe

turva…
sorriste na escassez da minha criação

nu…
ensaiei apenas um parágrafo

sintoma…
quis escrever um poema enlace


Abraço!

;))














OUTONO disse...

LÍDIA BORGES

Talvez apenas uma nudez de palavras que encontraram uma folha de papel carente de carícias aparo ... quiçá, um escrever com destino, sem destinatário...

Abraço!

OUTONO disse...

MAR ARÁVEL

...um TUDO, onde até os silêncios são palavras desordenadas, mas fiáveis da liberdade de o serem, porque têm selo d'alma...

Abraço poeta amigo!

OUTONO disse...

CANTO DA BOCA

Se arte fosse a minha palavra ...ficaria no desesperado acto inerte, pelo cair precoce da mesma. Arte é uma inquietação constante de um desejar infinito do artífice da mesma ...
Logo, um insatisfeito actor justo e lógico, quem ousa lançar palavras ao vento, como se fosse sopro de interior.
Fiquei maravilhado, com o exercício que fez. Não só por o ter feito, mas pela atenção que dispensou. Confesso, que não sei se gosto mais do original ou desta "inversão" tão lúcida, que me parece original. É este o dom das palavras, um pequeno pelotão armado de criatividade , que se entrega à guerrilha provocadora entre emissor e receptor...num feérico desejo de causar ruído mensagem. É este o fascínio de abusar dos espaços brancos das folhas de papel, como continentes a desbravar na procura do (até) impossível.
Como o exemplo, que demonstrou. As palavras nuas, neste caso singulares versos, colocadas na versão inicial de primeira leitura, quanto a mim ( autor) "ferem" ainda mais o ambiente de apelo do leitor.
Muito grato, pela presença, pelo cuidado e pelo desafio, que emocionou..." apesar dos contrários", como refere em remate.
Abraço!
NOTA: Poderei visitar a terra da sua lavra?

Canto da Boca disse...

José Luís (permita-me chamá-lo por seu nome), se a sua palavra, essa que retumba no mais profundo de nós quando aqui estamos te lendo, sentindo toda a força e o lirismo da sua poesia, não for arte, da mais apurada arte fonética, então já não sei mais o que é. :)
Sem pretensão de minha parte, consigo pressentir essa inquietação na sua sempre bela escrita. Estou sempre cingida de deslumbramentos quando posso vir aqui no seu Pretexto Clássico, embora nem sempre deixe um registro da minha vinda, porque sou daquele tipo de pessoa que só se manifesta se achar que o que eu diga tenha um mínimo de valor e sentido, afinal é uma atitude de respeito para com o poeta, com a sua escrita, e por tudo isso entendo quando falas sobre a atenção dispensada, é o que todos os literatos merecem.
O papel em branco também me alicia, me seduz, me invoca, e eu com a alma em rebuliço, tento satisfazê-lo e a mim, esse é talvez o meu exercício preferido: o da escrita! E para mim será uma honra e um prazer lhe receber no meu blogue, entre as minhas acanhadas poesias.

Abraço!

;))

Nilson Barcelli disse...

Uma nudez muito bem vestida pelas palavras.
Excelente poema, caro amigo.
Tem um bom fim de semana.
Abraço.

tulipa disse...

HOJE
SÁBADO
posso eu dizer:
Foi
DIA
de
IR
às
FLORES
...
com um dia maravilhoso
de PRIMAVERA,
quente e soalheiro
EU FUI ÀS FLORES
já que elas
NÃO vêem a mim!
...
13 de ABRIL
dia LINDO
prestes a começar
a semana do
meu
ANIVERSÁRIO
eu fui às flores
como quem trepa
uma NUVEM
e se instala
lá no alto
distante de tudo
porque a DOR
"essa" continua
e eu não sei
o que fazer...

Obrigado pela partilha
de tão bela poesia
deixo um beijo
para ti POETA

OUTONO disse...

CANTO DA BOCA
Muito grato, pelo carinho retratado nas palavras, que por aqui deixa. Entendo-as, sempre como incentivo.
E gostaria muito de poder visitar o seu blogue. Diga-me por favor o link directo!
Abraço!

OUTONO disse...

NILSON BARCELLI

..retribuo, com um grande abraço!

Grato bom amigo!

OUTONO disse...

TULIPA

O tempo passa...e muitas vezes nem me apercebo desse cruel desafio de estar a tempo, com tempo...

Grato pelo teu belíssimo comentário.

Abraço!