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sábado, maio 08, 2010

Por ali...

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( Continuação - parte V - do Conto iniciado o ano passado)
~~~~
...agora ficas deslumbrada...com essa Bruxelas...

e não vens sequer, passar o fim de semana...
Recuso-me a ficar nesta Lisboa...e vou para a aldeia.

Lá encontro o sabor mel da natureza...bebo a frescura de um acordar...

mesmo sem ti...e só me zango com o sino da igreja...com as badaladas ocas...

Retenho a última frase do teu mail:

"Desculpa o silêncio... mas não estou capaz de mais... sorry ... "




Neste longe e perto à distância de um sentir apelo
Ouço apenas o meu ouvir ânsia de uma palavra
Fogo de um crepitar doce....almejo de um aclarar
Vela solta e enfunada de orgulho no viajar interior.

Olho cada pedra da calçada...no ensonado andar
Pedra onde uma vez te escrevi a gaiatice...amo-te...
E acordo no desejo de um café ali na Brasileira...
Sorrindo ao Pessoa poeta e, do bulício Chiado.

"Desculpa o vazio"...escrevo no guardanapo do vento
E desenho-te a casa térrea do viver ...ali no rio ...ali
Com ansiedade de escrever memórias...no colo de ti!

Entro na livraria...nesse tesouro cultural de odor lido
Sorrio-te em cada capa de livro...onde julgo ver-te
E quase menino...peço-te um autógrafo...com sabor
!




in MOMENTOS - by OUTONO - 2010

19 comentários:

mariam [Maria Martins] disse...

Outono,

pois é... a distância deve de magoar... realmente o campo e os cheiros da aldeia serão concerteza um bom remédio :)

muito BELO este poema! e as imagens não menos!

percorri mentalmente os recantos que nele mencionas.. também adoro a zona do 'Chiado'! e gosto de entrar nessa livraria... se não me engano é a mesma, fica numa esquina próxima :)

um sorriso e bom fim-de-semana :)
mariam

Natália Augusto disse...

Lindo, sensível, puro sentir de um sentir pleno de emoções e sensações que o ser e o olhar captaram.

Parabéns!

A.Tapadinhas disse...

Se te deres ao trabalho, numa das minhas últimas entradas, verás um quadro da Praia da Rocha.

Quando por lá andei com a minha filha e o meu neto de 22 meses, estive naquela areia que tu pisas para tirar aquela fotografia...

Quem sabe se eu não tive que esperar que acabasses, para eu poder fazer as minhas fotos?

Apenas para te dizer que o mundo é pequeno...

Abraço,
António

OUTONO disse...

MARIAM

A fuga para a natureza campestre...sempre foi um dos meus desejos...hoje sonho, face ao agitado momento laboral. Fuga...porque lá consigo respirar a essência de um bem estar... consigo amenizar-me...consigo ser diferente, porque natural.

Obriagado pelo comentário. serei merecedor desse mimo?

Quanto á envolvência de que falas, deixa-me adiantar que se trata de uma das mais típicas zonas desta Lisboa...que apesar do "barulhar" constante em ruído e pessoas, é aminha cidade...o meu berço.

E a livraria é essa mesmo... - Sá da Costa - fica na esquina da Brasileira.

Tem nos seus fundos, um "armazém" com literatura incrível...que julgamos perdida.

Beijinho.

OUTONO disse...

NATÁLIA

Disseste ....puro....sorrio e acredito...porque o foi.

Obrigado. Beijinho.

OUTONO disse...

ANTÓNIO

Obriagdo amigo, pela tua presença.
Como sempre és um livro de recordações, que partilhas com muita sensibilidade. Agradeço-te!

No entanto, meu caro, aquela praia, não é a Praia da Rocha ( do post anterior) mas sim da Adraga, num final de tarde convidativo, onde parecia o FERNÃO CAPELO GAIVOTA...com mais de 250 clics de fotos de gaivotas.

De facto, ainda há pouco tempo estive num workshop no Algarve, mas não por essas bandas . E da praia da Rocha, tenho poucas fotografias ...curioso.

O mundo sem dúvida é pequeno...tão pequeno...que um dia " encontrei-me" em N.York ....à minha frente tinha o meu "irmão gémeo"...com a mesma idade, os mesmos traços...só que ele natural de Boston...e nem sequer conhecia Portugal...eu natural de Portugal...e conhecia Boston.

Coisas deste mundo ... muito pequeno.

Já agora, o teu neto...deve estar um piratinha?

Um forte abraço

Justine disse...

Um lamento e um desejo, uma fragilidade e uma fonte de energia.Andamos todos a vogar entre esses dois polos. E tudo isso dito num texto poético cheio de vibração:))

OUTONO disse...

Mais vale tarde do que nunca.

O presente post, vem na sequência do conto, por aqui iniciado no pano passado...

Peço desculpa, não ter referido esse pequeno/grande dado.

Um abraço.

OUTONO disse...

JUSTINE

Obrigado, por esse entender e partilhar d'alma...poético teu...sem dúvida!

Beijinho.

Lusibero disse...

"PRETEXTO...":se entro na (numa) livraria- e faço-o semanalmente na FNAC, em COIMBRA, não saio também sem TE pedir um autógrafo, a TI, VIDA!que estás em forma de MENsagem dentro de um qualquer livro, meu amante das horas de enriquecimento!
Abraço de
Mªelisa(LUSIBERO)

tulipa disse...

Outono,

por isso...é que há muitas pessoas que receiam amar...porque depois de partilharem com o outro todos os momentos, um dia...acontece haver uma ausência e não sabem estar nessa sofrida ausência!!!

Já sabemos que a distância dói.
Uma sugestão nos dás, quem sabe...o campo e os cheiros da aldeia serão uma solução para a solidão:)

BELO o teu poema!

Boa semana, com momentos perfeitos e paz de espírito.
Um abraço.

A OUTRA disse...

Entro na livraria...nesse tesouro cultural de odor lido
Sorrio-te em cada capa de livro...onde julgo ver-te
E quase menino...peço-te um autógrafo...com sabor!

Gosto do "odor lido"... gosto do "quase menino"... gosto do autógrafo com sabor!

Sabor a amor...?

Obrigada me ter ensinado o caminho para cá vir. Gostei.
Maria

SAM disse...

Querido amigo,

é doce sentir a sua sensibilidade através dos seus poemas, sonetos e textos. Tem sabor de amor, ternura, saudade e de anseios tão humanos e tão naturais quanto profundos.

"Sorrio-te em cada capa de livro...onde julgo ver-te"

É mesmo deste jeito e com esta ternura que sentimos a importância de uma pessoa em nossa vida. Nas pequenas coisas e nestes gestos do tamanho do amor e da saudade.


Tão feliz como agradecida com a sua visita, amigo do coração.

Beijos, com carinho.

Sofá Amarelo disse...

Escrever no guardanapo do tempo é a melhor maneira de guardar pedacinhos de memórias...

OUTONO disse...

LUSIBERO

O cheirinho dos livros...esse "pó" contagiante...onde bebemos sonhos e desfolhamos segredos...

Um abraço.

OUTONO disse...

TULIPA

Boa amiga. Agradeço-te a tua visita.
É sempre um prazer, "ouvir-te" no teu douto saber e simpatia.

Beijinho.

OUTONO disse...

MARIA

...que bom...teres feito este caminho...oportunamente... deduzo.

E obrigado pelas palavras, pelo "copiar"...feito gosto, pelo voto.

Beijinho

OUTONO disse...

SAM


...permite-me estava com saudades...a vida tantas vezes ocupadora das nossas vontades, dita-nos distâncias ...mas nunca esquecimentos.

Uma vez mais, o perfume das tuas palavras...apaziguou este recanto...conturbado de tempo...sem tempo.

Que bom...

Beijinho.

OUTONO disse...

SOFÁ...

Foste directo...conciso...tal como o clic da foto. Gostei. Obrigado...e parabéns pelos teus trabalhos. São geniais.

Um abraço.