sábado, abril 27, 2013

RAÍZES


RAÍZES ( a publicar )
- José Luís Outono -

Nem os olhares, experientes navegantes,
conseguem ficar indiferentes,
às manobras de abraços desancorados,
nos portos baldios dos pequenos luares.

No restolho das águas de cores famintas,
as raízes mergulham ávidas, 
do fresco sazonal, em montados indefinidos
de rumos ansiosos.

O vermelho d'hoje das papoilas, 
é apenas uma dança medieval,
nos claustros perdidos da estória,
que recusa perpetuar-se.

Quantas vezes a tela, assusta a arma
vulgo pincel do acaso e, recusa o namoro
do pálido anseio...em traços apenas fugazes,
no preto e branco em ousados tons quentes?

Quantas vezes...?

E, o livro fecha-se,
em figura repetida na falésia tisnada de sais, 
porque as leituras adormeceram,
sem sono.

in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013 ( a publicar )
SPA nº. 106402




5 comentários:

  1. É preciso ler o poema algumas vezes, porque a ele vai nos revelando e enlevando em sua beleza, e como o pincel, diante da tela, vai nos desenhando - e não nós a obra -, relevando os traços de formosuras, que a vida vai, invariavelmente, se encarregando de nos arrancar. Mas que aqui reencontramos alguns dos sentidos perdidos.

    Belo, como sempre!

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  2. Belo o poema e as fotografias...Excelente....
    Cumprimentos

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  3. CANTO DA BOCA


    Excelente e curiosa interpretação.

    Abraço!

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  4. FERNANDO SANTOS

    Muito grato pelas palavras e presença!

    Abraço!

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  5. Belíssimo poetar querido amigo.
    As fotos complementam.

    Um beijinho
    cecilia

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