percorro as minhas mãos
nuas...
cego-me em barcos perdidos
sem ventos
mares sem limites
latitudes oscilantes
ruínas dantescas...
tenho saudades do teu correr
livre
ao encontro da minha
ânsia
tenho saudades da escrita
do teu olhar
nos cabelos do meu
devaneio
tenho saudades dos teus
seios
como aves carentes
de ancoradouro
tenho saudades do teu
corpo
queda livre sem...
perguntas
apenas velas sulcadas
tenho saudades do teu
ondular
sopro na praia
até ao cair sem forças
tenho saudades das tuas
palavras
sem métrica
sem respiração
naufrágio apneia
labial
tenho saudades
dos desencontros
nos encontros luz
acordo sem leituras
sem tempos ou fugas
tenho saudades e digo-me
sobressaltos
que fecho na vastidão de luares
frios
manhãs que sabem as noites
e a saudades gritos
que fazem ecoar sinos
descompassados
na aldeia do vagueio
fissuras alarmes
sem terra à vista
sem prelos
quase matéria polvilhada
de intempéries
agrestes de poeiras
nos barcos perdidos
das minhas mãos
nuas...
quem sabe até o pó
descer ao verbo
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2011
Também tenho saudades de muito. De tanto.
ResponderEliminarSe souberes, quando souberes, diz-me como se matam as saudades...
Um beijo, Outono.
Saudades! Quem as não tem? Há sempre algo de bom, de muito bom, que ficou para trás e não volta mais. Resta-nos recordar, ou tentar esquecer!...
ResponderEliminarUm abraço
Belíssimo!
ResponderEliminarLido de um fôlego, ou melhor, desci a correr e depois voltei a ler devagar... gostei muito! A foto é linda e a música não menos.
Beijinhos e bom-fim-de-semana!
mariam
As saudades acompanham-nos para sempre, são a nossa roupa...
ResponderEliminarMagnifico o poema, magnifica a fotografia, ao ler aumentam as minhas saudades.
ResponderEliminarBom domingo.
Uma palavra apenas para este poema: ÓPTIMO!
ResponderEliminarBeijo, Amigão!
Vanda
Quando a saudade bate à porta, há sempre à mão um poema para nascer...
ResponderEliminarExcelente. Gostei imenso.
Caro amigo, boa semana.
Abraço.
Belo texto
ResponderEliminar... mas poeta...
não mate as saudades
Um poema lindíssimo!
ResponderEliminarA saudade que nos envolve no percorrer do tempo, gravado na alma.
Um beijinho.
Ailime
MARIA
ResponderEliminarSaudades...quem as não tem ?
Palavra mágica de alegria e tristeza, que toca na alma.
Não te sei dizer como "matar" saudades, sei apenas dizer-te que é bom sentir o teu comentário.
Beijo!
JU
ResponderEliminarPor vezes com dor...muita dor!
Um abraço
MARIAM
ResponderEliminarAinda bem, que no teu correr, passaste e deixaste mensagem.
Agradeço-te a simpatia e incentivo.
Beijinho
JUSTINE
ResponderEliminarPerfeita definição....
Abraço!
A LUZ A SOMBRA
ResponderEliminarQuedo-me...no ler da tua simpatia, que me honra!
Abraço!
VANDA
ResponderEliminarSei que a verdade das tuas palavras... traz um sentir de amigo.
Grato!
NILSON
ResponderEliminar...um presente....a tua apreciação.
Abraço!
MAR ARÁVEL
ResponderEliminar...matar NUNCA! Sentir ...sempre!
Abraço!
AILIME
ResponderEliminar...o correr do tempo, dita-nos tanto....e, por vezes, nem o aferimos!
Abraço!