quinta-feira, maio 26, 2011

Talvez...





No rio de sentimentos mil sem contraste
Esgoto-me ferido de dor e invernias
Quase perdido no glaciar longínquo
Quase sem respirar um acordar digno.

Conheci o gume da palavra injusta e só
E senti o rasgar do linho artesanal doce
Como doença incurável sem esperança
Como cela húmida sem acordo ou ética.

Olho os campos verdes agora desertos
Minguo no caminhar ocre e vadio soturno
Nas sombras das miragens do além incerto.

Olho o amanhã... quem sabe fora de tempo
Escrevo...TALVEZ... e a caligrafia esfuma-se
Tento reter um sorriso e a alma escurece !



in MOMENTOS - by OUTONO - 20..






5 comentários:

  1. Outono

    Que poema forte e lindo!

    "Olho o amanhã... quem sabe fora de tempo"

    Atrevo-me a dizer que nunca é fora de tempo olhar o amanhã. A vida é uma coleção de momentos em que andamos, patinamos, caimos, nos esparramamos e levantamos - sempre.

    abraço
    Anne

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  2. ANNE

    Quantas vezes....amiga!!!!????

    Um abraço!

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A pretexto de...comente !